domingo, 14 de setembro de 2008

Foi

Que de sonhos foram os dias
Instilou êxtase em meus olhos
Dada inteira
Com loucura minha alma
Tépida e suculenta, como pêra
Um olhar se me pedisse hoje, a ti te negaria
Areia entre os dedos ao vento
Perdeu-me...
Antes começo e fim, agora reticências...

domingo, 7 de setembro de 2008

Sol em áries, lua em áries

- Sai daqui, sai... Morre, some desaparece!
- O que é isso? Você está louca?
- Sai, eu não quero mais escutar sua voz, seu cheiro me enjoa. Sai!
- Não pode ser... O que você tomou? Você está alucinada!
- Tomei consciência, cara... Minha vontade de volta...
- Mas até semana passada você me amava... Tem outro, tem outro!
- Não... Não te interessa, tem eu... Tem eu, muito melhor que você, eu!
- Vagabunda!
- Fraco.
- Vadia, louca!
- Idiota, egoísta, anêmico, medroso... Imbecil.
- Você sempre me amou, me idolatrou... Enchia meus ouvidos com seus gritos...
- Passou. Não amo mais, não quero mais.
- Desequilibrada!
- Cego.
- Quando foi isso? Até sábado você me amava!
- Até sábado você me esquecia.
- Quando?
- Foi segunda-feira.
- O que? Como alguém deixa de amar alguém assim?
- Sai, vai embora!
- Foi você que pediu pra eu vir!
- Estou pedindo pra você ir.
- Eu te amo!
- Eu não te amo.
- Sempre amou, sempre.
- Terminou. Você estragou tudo.
- Mas... Não pode ser...
- Amor acaba. Indiferença acaba com o amor... Desamor acaba com o amor.
- E tudo? E tudo que vivemos?
- E tudo que te pedi? Desperdício de amor.
- Você ama alguém?
- Sim.
- Quem?
- Eu.
- Mas, agora eu te amo!
- Agora não quero mais, devia ter me amado quando eu te amei.
- Sai!