Eu tenho um
sonho! Na verdade uma ilusão insana! Um sonho desmiolado.
Meu sonho é ser
como Braga, como Veríssimo e escrever fácil e escrever como a correnteza:
fluindo!
Meu sonho
talvez venha da preguiça, mãe das frustrações. Eu queria escrever de forma bela
e fácil.
Queria que as
palavras escoassem de mim aos saltitos, como com os mestres!
Ah... Mas não
nasci assim com esse dom gratuito, totalmente gratuito, porque os mestres
nasceram assim! Ao menos quero acreditar que nasceram.
Eles todos
escreviam suas coisas, todas exuberantes, sem esforço!
Porque quando
escrevinho minhas coisas todas, minhas coisas tolas, por vezes elas não nascem,
não tem êxito.
O mundo das
idéias é tão confortável e tépido. Que mundo mágico, mas o texto, a prosa,
a poesia, são tão palpáveis, tão reais. É algo que pode ser auferido, sendo
assim tem suas normas, não rígidas, mas tem.
E é um lenitivo
pensar que os mestres escrevem sem esforço, somente com inspiração!
Porque suas
coisas são tão lindas e agradáveis e enriquecedoras e só podem surgir de um
talento inato, fala minha admiração juntamente com minha inveja.
Nietzsche
comparava sua inspiração ao escrever com um parto, tamanho era o sacrifício de
seu surgimento.
E eu não quero
um parto e sim uma tarde agradável e preguiçosa de sol.
Meu sonho é
esse!