Sim, vou, vamos, façamos isso, já que estamos aqui, façamos. Não se tem nada a perder. E por supor algumas coisas banais que nos perdemos, achando. Mas está tão longe, é tudo tão improvável, só um instante, um lance, um olhar, um abraço, um perfume pairando no ar. Vou sair correndo daqui. Vou pagar pra ver. Somos tão invulneráveis. Os planos estão todos traçados. Metas determinadas. Acasos não abalam certezas absolutas. Absolutas? Volta aqui! Vou ficar aqui. Tá vendo aquelas luzes? Cheiro bom. Um abraço. Um selo. Um elo. Vamos então! São quinze minutos. Rápido chegaremos. Mas e os planos? E a rota? Meu GPS interno se autoconfigurou. Momentos. Não importa. Mas a voz emudece. O olhar suaviza. Onde estou? É tudo tépido, intensa flutuação, inundação de emoções, perdição de todos os sentidos, incerteza completa, é só uma noite, alguns minutos insanos nesse vácuo de inconsciência louca e intensa . De certo, apenas que não há certeza. Colisão de rotas. Impacto. Desnorteio repentino. Prosseguimos? Pra onde?
Foi o olhar, só o seu olhar, só um olhar, foi só o seu olhar, seu olhar, olhando, olhou.
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