Quanto ao golpe do espelho, ninguém aqui entrega mais pepitas de ouro por eles. Doenças venéreas, sem comentários. Os facínoras, bem em se tratando de facínora, temos batido ano a ano recordes de produção, com nosso gigantesco pólo-industrial-central: Brasília.
Agora a cultura erudita como pedestal intocável, como única forma possível de pensamento, como sufocadora da cultura vulgar, sim, esse nome pouco bonito quer dizer popular, está cada dia mais viva.
Eles, os portugueses, podem ter se recolhido às padarias, mas deixaram em nosso inconsciente essa adoração ao que é denso, ou seja, chato, ao que é cult, ou seja, metido a besta, ao que é intelectualizado, ou seja, não entendido pela maioria.
Tem uma classe de pessoas que se orgulha de dizer coisas que ninguém pode entender, coisas do tipo:
“O indivíduo que tem sua capacidade geradora de conceitos pilhada encontra-se de forma equivoca apto a osmose da indústria cultural”.
Seria o mesmo que dizer: “Esse idiota que aqui está é um alienado”, mas não. Melhor falar de forma a não ser entendido facilmente, falar como um pernóstico retardado.
Gostar de coisas que ninguém em sã consciência poderia gostar, porque é um porre. Como uma mostra de cinema mudo a respeito da paralisação da economia agrária do Uzbequistão.
Na verdade eles não gostam, porque ninguém gosta de coisa densa, todos dizem que gostam, é diferente. Porque como sempre repito, o que importa não é ser inteligente, e sim parecer inteligente.
Não estou aqui fazendo apologia à bestialidade, nem tampouco desvirtuando o saber acadêmico, cientifico, nada disso, estaria sendo uma hipócrita se o fizesse, pois tenho lá minhas predileções de cultura não muito acessíveis ao entendimento geral, não é esse o caso.
Porque uma coisa é gostar de semiótica e fenomenologia, como eu particularmente gosto, outra é num bar depois de muitas vodkas, lá pelas tantas ficar vomitando conceitos indecifráveis a essa altura etílica.
E eu também gosto do popular. Leio Machado de Assis sim, mas vejo Big Brother. Amo Augusto dos Anjos e também Mafalda. Choro ao ouvir a 9° de Beethoven, mas também me emociono com a Timbalada. Devoro Florbela Espanca e Literatura de Cordel. Gosto de ópera e de Luiz Gonzaga. E não fico recitando Arnaldo Jabor num sábado a noite, aliás, Jabor e Rubem, meus ídolos cronistas.
E desprezo determinados indivíduos pertencentes a especificas facções acadêmicas, alguns da Comunicação Social que em algum momento ouviram alguém lhes dizer que devam ser uns pedantes retrógrados. Bando de abutres afetados, vestidos da cabeça aos pés com os signos cult e alternativo que nós da Publicidade dissemos a eles que usassem!
Tenham suas próprias opiniões que vocês não são Dieckens!
Inteligente é quem se faz entender.