segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Conto de Natal

Há no mundo cara mais safado, calhorda e injusto que o tal do Papai Noel?
Não, não há.
Sabe quando foi que eu descobri isso?
Quando eu era criança.
Porque todas as crianças são iguais, alguns duvidam disso, achando suas crianças melhores que as outras crianças. Mas criança é só criança. É só sonho e pureza e encanto e esperança e nuvem e doce e criança.
Eu era uma criança assim.
Mas aí vi que esse canalha desse velho dos infernos nunca me trazia nada, nunca.
Mas trazia muitas coisas para os meus primos, muitas pra eles, nada pra mim. E eu que era uma boa criança: estudava, sonhava, ouvia, obedecia, sentia, saudava, brincava, era uma boa criança.
Por que não ganhava os tais presentes?
Porque esse pilantra era só mais uma nojenta farsa capitalista.
Porque quem me deu os tais presentes foi, mais tarde, meu cartão de crédito.
Mas esse maldito velho não me roubou mais que essa inocente espera.Ainda acredito em coisas que não podem ser vendidas, nem compradas, ainda acredito

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