segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Superlativa

Hoje eu acordei, acordei eu.
Acordei secular. Acordei arianíssima. Acordei daníssima.
Já morei em mais de dez casas diferentes. Em três estados. Muitas cidades.
Não tenho uma minha rua. Não tenho um minha casa. Não tenho um meu vizinho preferido. Não tenho móveis de décadas.
Aprendi a levar só sentimentos sinceros.
Aprendi a não me apegar a nada, senão a isso.
Isso não quer dizer que nunca me apegue. Não. Muito pelo contrário. Por vezes me apeguei ao pífio, já amei o fútil. Como diria ele, já cortei um "pano-de-chão de linho nobre e pura seda".
A beleza do meu desapego e da minha força não está em ser sempre assim.
O belo é que caio, como caio, como dói. Mas como levanto rápido. E cada vez mais rápido e cada vez mais forte.
E disseram-me dia desses, numa dessas quedas, que não tinham pena de mim. Foi uma das melhores coisas que já ouvi.
Pena dedicamos a quem julgamos menores.
E não precisa ter pena de mim mesmo. Porque enquanto eu caio e levanto melhor do antes pode ser que alguns nem tenham, ainda, percebido, ao menos, que estão no chão.
Quando eu caio e só pra pegar impulso pra me erguer um pouco mais alto do ponto onde eu estava.
Sem contar que quando levantamos sozinhos é bem mais honrado do que se estivéssemos sido amparados.

Mas eu nunca disse que pretendia agradar a ninguém!

2 comentários:

  1. Linda e forte, assim que resumiria você se fosse possível. Mas és complexa demais para compactações.

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