terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fortaleza

Não sei exatamente em que momento da minha vida eu me transformei nessa fortaleza.
Contraditório alguém tão sensível e emotivo auto-intitular-se de "fortaleza"?
É nada! Ser fortaleza mora em expulsar invasores, cada vez com mais rapidez e, acima de tudo, tornar a ser forte, e, ainda, ser mais e mais forte a cada novo ataque.
Só se consegue isso derramando sangue e suor, neste caso, os meus.
Quando me olho plácida e reluzente, como hoje, vejo que foram todos bem derramados.
Aqui do alto dos meus muros erguidos e sustentados por mim, tudo, todos, os inimigos, são pífios.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Eu, eu mesma, Dani!

Poder confiar e contar sempre comigo mesma, talvez tenha sido meu melhor feito.
Quando se está precisando de algo é pra mim que peço, o bom é que me atendo.
Porque se posso ser ouvinte de outros, também posso ser de mim.
Porque se posso dizer " Conte comigo, estarei aqui" pra outras pessoas, é bem justo que faça o mesmo por mim.
Talvez eu comece a retirar atenção de alguns que não merecem e concentre em mim.
Muito provavelmente eu estou entrando numa era narcisista.
Acho mesmo que carecia. Acho mesmo que me abraçarei com as mãos que tenho estendido a outros.
Mas ainda há muito amor em mim, mas só pra quem merece.
Eu, por exemplo!!!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Como se chama?

Por que tudo tem que ter um nome?
Esse processo estranho a que os humanos todos se submeteram: organizar tudo.
Mais ainda, diferenciar as coisas, com isso também se deram as classificações, e de feijões chegamos ao preconceito. Que antropólogos não me escutem.
Ah, não sei o nome!
Desculpa, mas dessa vez eu não sei o nome.
Meu amigo que me disse o nome. Mas eu, eu mesma, não consigo sentir o nome.
Será que carece a situação de um neologismo?
Será que todos os sentimentos possíveis já foram sentidos? E, ainda, nomeados, todos?
Ora, não sei...
Daqui há algum tempo, quando não mais o sentir, saberei...
Daqui a pouco tempo...

domingo, 2 de agosto de 2009

Coração ariano

É terra selvagem, movediça, inconstante e rochosa. A maioria não consegue sobreviver nela. Gente fraca não faz casa em coração ariano.
Para os fortes tem lugar, tem pousada, tem colunas...Ficam lá, eternamente solidificados em rocha única.
Os fortes são os amigos, os verdadeiros amores... A areia é pra... Pra quem mesmo?
Esqueci!

sábado, 18 de julho de 2009

Ela

Ela chegou. Estúpida como sempre. Não disse bom dia, não esperou um momento sequer. Entrou grosseira e abruptamente. Mas dessa vez ela estava pior que antes: sua força aumentou.
Como um tufão ela veio na minha direção. Até tentei desviar. Não consegui.
Ela como uma louca começou a apertar meu pescoço, senti o ar faltar. Tentei arduamente apenas respirar. Não dava. Então meus olhos começaram a encher-se de água. Já sabia como isso ia acabar. De tantas e tantas vezes que ela fez isso comigo, impiedosamente fez isso comigo.
Mas dessa vez aconteceu algo diferente: antes eu não conseguia revidar, agora não. Ela já não é completamente onipotente!
Ela, a sensação.

terça-feira, 7 de julho de 2009

We are a trash

Hoje chegaram ao Brasil vários contêiners vindos da Inglaterra, inicialmente e oficialmente neles só deveria haver lixo reciclável. Ao serem examinados por autoridades brasileiras foi constatado que havia também lixo orgânico.
Houve um tempo em que éramos o quintal dos Estados Unidos, alguns, parcos, reclamavam, mal sabiam...Bons tempos.
Hoje caminhamos pra ser o depósito de lixo daqueles adiposos tomadores e chá!
O carregamento de lixo dos suínos, digo dos gentle mans, foi devolvido e o navio em questão multado.
Que injúria!!!

terça-feira, 30 de junho de 2009

O caminho

O Dalai Lama, pessoa que admiro profundamente, disse algo e esse algo eu peguei pra mim: não se trata de dizer não para as coisas, porque dizer não é difícil, trata-se, ao contrario de dizer sim pra felicidade, assim quando vou fazer algo eu penso se isso vai me trazer felicidade.
Seguir isso não é tão fácil quanto possa parecer. Faz tempo que tento, agora começo a conseguir, pouco, devagar, mas começo.
Ontem eu me concentrei nisso. Hoje acordei e tive um dia bom. Porque não fiz nada que não fosse me trazer felicidade.
Saber o caminho é fácil. Percorrer é difícil. Conseguir é delicioso!

sábado, 27 de junho de 2009

Eu que não te amo!

- Foi sem querer.
- Não, não foi, você sabia, sabia desde o começo.
- Não pude prever.
- Volta, fica...Perdão...
- Não posso perdoar.
- Por que?
- Porque desamor é a pior ofensa possível.
- Mas você não me amava...como pode exigir...
- Não interessa...Não te absolvo!

domingo, 21 de junho de 2009

Indefesa, em defesa

Estava na janela, sem nada, por nada, ócio mental.
Olhar perdido no vento, na árvore que balança precária. Meu pai também ficava olhando essa árvore... Posso ter esse olhar de volta, e jamais terei aqueles olhos outra vez. Gosto da árvore e do olhar que me traz.
Lá, em cima da colina, as crianças gritam, é uma escola. Quatro meninas correm desnorteadamente. Observar a vida alheia é bem mais confortável que lidar com nossas próprias lembranças.
Estão eufóricas com uns artefatos que parecem ter conseguido por lá mesmo, nos fundos da escola. Tem cordas e pedaços de tábuas. Fiquei mesmo curiosa com o que pudessem fazer com isso.
Crianças, tão lindas! Quando fico frustrada e cansada com o peso de tudo, por vezes olho crianças e penso: ainda há um jeito!
Cena quase bucólica, não fossem a madeira e a corda, até mesmo pássaros há na colina. Lembrei-me de Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo. Crianças tão inocentes quanto pássaros.
Havia uma líder entre as quatro; uma segunda que seguia fielmente a líder; uma terceira medrosa que parecia não querer fazer uso dos artefatos; e a quarta totalmente apática. Sempre há um apático em toda historia.
Por fim descubro o porquê da tábua e da corda: ambas são pra tentar atingir os pássaros.
Estão as quatro antes elfas, tentando matar, exterminar os pássaros. Os lírios do campo foram despetalados. Maquiavel pareceu-me bem mais apropriado. Retive meus pensamentos. Há situações sobre as quais a reflexão leva ao abismo. Melhor alienar-me.
O vigilante chegou para proteger...
Proteger a quem?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pavor

Destruiu todas as rosas por medo do perfume
Roubou todas as placas receando chegar ao destino
Manteve-se por vidas acordado por medo de sonhar
Trancou-se como um cofre temendo receber carinho
Fechou seus olhos pra não ver a sinceridade
Afastou-me de seu corpo pra continuar sentindo frio
Não viveu por medo de ser feliz...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Miseráveis no Orkut

O Orkut é o um dos lugares em que mais se expõe a miséria humana. Não to falando de miséria de dinheiro não. Miséria no sentido mais abrangente: de vidas miseravelmente fúteis, miseravelmente estúpidas, miseravelmente vazias. A miséria de comentários miseravelmente hipócritas, como vejo às vezes em fotos, notadamente horrorosas, logo abaixo: “Nossa como você está linda/o”.
O Orkut é o show da solidão. O reality do profundo tédio.
Se tenho Orkut? Sim, tenho. Se sinto solidão? Sim, sinto.
Se pego meu celular e tiro 45 fotos de mim mesma e coloco em um álbum intitulado “Eu” ?
Não, esse grau de bestialidade ainda não me acometeu, Como já passei, a muito, da adolescência creio mesmo que não mais acometerá.
Penso que vida triste e vazia de alguém que tira fotos e mais fotos de si mesmo (de tão parecidas que precisaria ser perito pra ver a diferença), na sua própria casa, no banheiro, em lugares com fundos horríveis e coloca lá no Orkut. É muita necessidade de dizer aos outros que existe, mesmo assim, miseravelmente.
Se tenho fotos ridículas, nas quais fiquei feia? Claro que tenho. Só que tenho, também, o cuidado de apagá-las, de não expo-las, pra não ouvir um “Nossa que linda”, numa foto miseravelmente ridícula minha.
Outro dia, naquele Quem sou eu vi isto: “bla bla bla, bla bla bla....boêmio”.
Detalhe essa pessoa raramente sai de casa. Como alguém que não tem onde ir e não vai a lugar algum pode intitular-se boêmio?
Miséria, a mais absoluta condição da solidão que leva a miséria.
Se o Google fosse uma pessoa, eu atravessaria a rua quando a encontrasse, de vergonha.

domingo, 24 de maio de 2009

Eu quero é mais!

Hoje fui fazer uma prova de concurso público no bairro de Moema. Na volta, sem pressa nenhuma, andando pelas belas ruas de Moema, zona sul de São Paulo, extremamente rica, pensei: como rico vive! Não se trata de viver bem, trata-se de viver. As casas, aquilo são casas em que se deva morar, aquilo é estar num asilo inviolável, como diria a nossa pândega constituição.
Disso me veio a lembrança de algo de detesto: esse ideal estúpido e estoicista que o capitalismo e a igreja católica passaram, o ideal da pobreza.
Quantas canções, livros, novelas, filmes, enfim, quantas expressões artísticas, passam essa apologia a pobreza?
Centenas, muitas, o próprio catolicismo abençoa os pobres, amaldiçoa os ricos. Os pobres são ensinados e estarem felizes por serem pobres. Nos filmes e novelas a protagonista é sempre aquela que não gosta de dinheiro.
Eis a extrema hipocrisia exercida. Como se gostar de conforto e de viver bem fosse a negação de valores como amizade sincera, amor verdadeiro, caridade, solidariedade e justiça. Quem disse isso?
Certamente quem detinha o poder, a inteligência e o dinheiro.
Querer ter uma vida maravilhosa não significa, necessariamente, abrir mão de sentimentos elevados.
Não penso em abrir mão de amigos de verdade, de momentos de beleza e simplicidade, de minha espiritualidade, mas quero, como quero e esforço-me pra isso, ter uma vida muito confortável.
Pra mim falta de dinheiro não traz felicidade!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Estranha, diferente, exótica, esquisita, eu.


Já disse, aqui mesmo, isso da diferença é algo, contemporaneamente, caçado como focas no Alasca (comparado com algo escabroso, porque o é).
Pense numa caçada. Pensou? Caçar ser diferente é inútil. É quase como ter sensibilidade. Ou se nasce com ela, ou não. O que se pode fazer é apurá-la, no máximo. Um ser tosco e insensível e grosso e estúpido e boçal, jamais verá a beleza cândida e inebriante de um nascente do sol, jamais.
Mas isso de ser diferente é como ter sardas (eu tenho): todos acham muito bonitinho, quem tem geralmente detesta, faz tudo pra mudar, tenta arrancar de si, faz de tudo, até que desiste e passa a conviver com elas, as sardas.
Eu já quis ser como todos. Fazer parte da maioria. Nunca consegui. Hoje sou assumidamente diferente, estranha, exótica, esquisita, depende da boca que fala.
Sou alguém sem amarras, nem mesmo sotaque eu tenho. Sou paulistana. Nascida na Mooca, muito paulistana. Meu pai era extremamente paulistano. E eu não tenho sotaque. Não tenho sotaque de lugar algum.
Porque não tem uma caixa de onde eu tenha saído. Não tem uma série ou lote que seja minha. Não há um grupo ao qual eu pertença. Nada. Antes isso me assustava um pouco, hoje não mais.
Adoro quando me acusam de ser estranha. Quando perguntam de que planeta eu vim. Adoro dizer que leio todos os manuais de todos os produtos eletroeletrônicos, antes de ligá-los e tantas outras coisas assim.
Sou assim arianamente assim, ao menos com o meu signo tenho alguma simbiose.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Minha amiga Zon

Carla Zonzini, a Zon, o ser mais delicado e generoso posto no mundo. Alguém completa e totalmente incapaz de magoar deliberadamente outra pessoa. Um ser único. Sua sensibilidade é latejante, sua inteligência altamente sofisticada. Com tudo isso não é necessário dizer da dor que já sentiu, das coisas lindas que diz e escreve e ainda, ainda, é desconcertadoramente modesta. Mas modéstia real, não hipocrisia.
Estudamos juntas, vivemos quatro anos de amizade juvenil. Eu uma tola, muito mais tola que hoje, ainda mais impulsiva, se é que isso é possível. Zon, sempre o ser iluminado, diferente de todas as pessoas do mundo, unicamente Zon.
Eu a ensinei a gostar de seu sobrenome, Zonzini, chamando-a de Zon, querida!
Ela, ela me ensinou que realmente "ter bondade é ter coragem" e muitas, inúmeras, outras coisas... Entre elas uma que me lembro sempre: gostar dos dias nublados, dizia que a faziam sentir uma vontade imensa de viver. Todos os dias nublados da minha vida, desde então, trazem-na junto.
Hoje sonhei com Zon, sonhei que estavamos outra vez no colégio, acordei as gargalhadas. Liguei pra ela.
Zon, "um exemplo de bondade e respeito". Amiga que amarei, enquanto viver.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Secular


Moro perto da linha do trem...Adoro tanto isso... Fico olhando seu vai e vem... Tanta gente lá dentro... Acho tão cosmopolitamente suburbano, delicadamente poético...Fica no alto de uma colina, minha casa...Tem uma varanda sonhadora, fornecedora assídua e generosa de devaneios vários...Gosto de ficar sentada embaixo de um de seus arcos, vendo os pingos de chuva quando essa está despencando...É uma solidão tépida e açucarada...
As luzes acesas, lindamente artificiais...O barulho da vida urbana... E eu...
Uma peninha flutuante e secular, nesse mar estranho e ríspido...Eu, que não faço parte de coisa alguma, de grupo nenhum...Eu sem par...Eu solta no mundo, despregada da terra, como as luzes, como os pingos, como o vento...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Chuva de outono

Meu coração está chorando, estou sentindo uma dor calma...Está chovendo, os bombons estão gostosos...Ontem Paulinha me mandou uma música linda, que desde a primeira vez que ouvi me emocionei, mas não sabia qual era....Paulinha mandou, Paulinha é linda, é ariana e desvinculada do mundo como eu...Hoje li um poste de Jéssica...Jéssica quando escreve toca meu coração, tem um jeito único e belo de escrever...Estou triste...Não sei exatamente o que sinto.
Renato dizia que "viver é uma dádiva fatal", eu me afogo na vida, me lanço no abismo da vida, meu próprio corpo queima com tanto ar que aspiro, nessa ânsia insana de buscar, de procurar, de querer, mas o que?
"E é de você que não me esquecerei!"

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Eu não fui pra Trindade

Dessa vez eu não fui pra Trindade, que é um dos lugares da minha vida. Trindade pra mim é viver, é o mais próximo que eu posso chegar da felicidade.
Estar em Trindade é estar em contato com tudo que eu tenho de melhor, com meu melhor Eu, a melhor Dani.
Trindade é um estado de espírito, é um estado superior de espírito, é existir do jeito, do modo mais sublime que se pode ser.
Trindade é a liberdade em essência, é o conjugar do Ser. É o sentir na sua definição mais ampla possível. É a beleza em sua forma mais emudecedora. Trindade me toca, me retoca, me cala, me faz, me faz ser.
Estar lá é estar fora de mim, que é justamente o único lugar onde é possível me encontrar.
Dizer o que já vivi lá, quase impossível.
Em Trindade eu edifiquei um amizade, conheci um dos amigos mais importantes da minha vida, tive uma das maiores surpresas que alguém poderia ter, eu chorei, eu ri, eu sonhei e sonhei e sonhei...Eu me apaixonei pela vida, pelo sentimento mais especial que pode haver: Eu posso sim ser feliz, posso sim ser muito feliz!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Nobre Vagabundo...Quando as suas proprias palavras se calam...Use as de outros...

Quanto tempo tenho
Prá matar essa saudade
Meu bem o ciúme
É pura vaidadeS
e tu foges o tempo
Logo traz ansiedade
Respirar o amor
Aspirando liberdade

Tenho a vida doida
Encabeço o mundo
Sou ariano torto
Vivo de amor profundo
Sou perecível ao tempo
Vivo por um segundo
Perdoa meu amor
Esse Nobre Vagabundo...

terça-feira, 24 de março de 2009

Onde, onde?
Onde estão elas?
Minhas palavras...Perdi!

segunda-feira, 23 de março de 2009

De sorvete e de sol

Derretendo...Tão açucarado e bom e assim...Derreteu-se!
É porque quando raia o sol, lindo sol, efusivo sol, já existe hora certa pra esse sol ir-se. Mas eu fico ali sentada entre feliz e desesperada, olhando... Tentando, com meu pequeno e perdido olhar, fazer com que ele não se vá.
Mas a beleza dele me fascina e eu é que sou presa, inerte vejo e deixo ele ir...Esvair...Acabar...Findar...
E quando, enfim, chega o mistério da noite, vejo que o sol se foi e o sorvete derreteu...
Encanto-me com a lua, então!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Não deixei de te gostar, só voltei pra mim...

Muitas e muitas vezes as pessoas reclamam: " Ah, você está diferente..."
Mas eu não fico diferente não, o que acontece comigo, comigo mulher independente, comigo mulher independente ariana é: eu paro e reflito sobre a situação.
Não há nada pior para os outros que eu gosto, ou que julgo gostar, o que é bem diferente, do que eu parar pra refletir.
Porque quando paro pra refletir eu peso, eu quantifico, eu nomeio, eu comparo meus sentimentos.
Justo meus sentimentos, que são tão desmedidos, tão inqualificáveis, as vezes incomparáveis, justo eles, que ironia.
Todas as vezes que deixei uma paixão e fui ler um livro, ou escrever uma quadrinha, ou seja, fazer algo mais útil, todas essas vezes foi por refletir.
Foi por fazer a pergunta: O que estou fazendo?
E quando a resposta é: Estou fazendo uma besteira sem tamanho!
Aí eu saco de um Eça de Queiroz e vou alimentar meu espírito, que ganho mais.
Quando eu gosto eu dou o mundo pra esse objeto de desejo extremo, sou o mundo pra essa pessoa única que me faz sonhar, mas eu tenho um tempo, um tempo exato de espera por reciprocidade.
Quando passa esse tempo, que é curto, recolho o mundo, extermino o desejo.
Como não quero que esse tempo passe dessa vez. Talvez seja a vez que eu mais dê tempo ao tempo.
Talvez!

sábado, 14 de março de 2009

Deixei

Deixo de sonhar, o livro acabou.
Deixo de correr, o corpo esfriou.
Deixo de querer, a flor murchou.
Deixo de chorar, a lágrima secou.
Deixo de viver, você não me amou.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Aposta


Qual o preço alto de uma aposta vã?
Talvez a dor... Talvez o vazio... Quem saberá? Qual teu preço?
Apostei meu coração em ti...
Procura-se um coração.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Instintos lascivos

Queria entrar nos seus olhos
Pra ver meus olhos esquivos
Queria entrar na sua pele
Pra sentir esses meus instintos lascivos

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Não me chame de linda!

Realmente por vezes perco as palavras... Não sei o que houve conosco nesses tempos virtuais.
Nesses tempos de Orkut, de MSN, tão bons e tão nefastos.
Eu, particularmente, não me interesso muito pelo Orkut de todos. Tem que haver em mim um interesse razoável pra que eu possa ir ver o “scrapbook” de alguém, acho que é porque , geralmente, comumente, só haverão asneiras neles.
Mas às vezes vejo, e percebo como estou certa em não ver.
A bestialidade, a burrice e a estupidez extrema dos recados, isso já é sabido por todos os não indoutos.
Mas vejo também a extrema hipocrisia.
É um tal de “linda!” pra pessoas notavelmente feias, “eu te adoro” indo de uma pra outra que mal se falam, “pessoa maravilhosa que você é...” escrito de um que mal conhece a maldade inacabável do outro. Enfim um festival de mentiras ditas de forma eletrônica que se fazem, assim, parecer menos mentirosas.
Começo a rejeitar os elogios que me são feitos. Não me chamem mais de linda, nem pessoa maravilhosa, pois esses adjetivos estão valendo meros tostões.
Isso sem contar o rol de “Amigos”, cheio de gente que odeia a gente dona do perfil. Quando me atrevo a ver os amigos virtuais de algumas pessoas, percebo varias pessoas inclusas nessa categoria que são detestadas, pessoas que pessoalmente não se falam.
Pergunta: por que ter listado como amigo virtual, alguém que você, não gosta, que não gosta de você?
Por puro número, por quantidade. Quanto mais “amigos”, mais legal pareço aos idiotas da rede.
Se tenho “amigos” que não gosto?
Não, não tenho, no máximo tenho “amigos” que não admiro.
E, por favor, não quero ter essas qualidades pífias virtuais.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O nome

Luz dos olhos esquivos
Entregam sentimentos tidos
O obvio é traiçoeiro

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Quebrou

Quebrou a vidraça
Derramou o leite
Arrebentou a corda
Pisou na flor
Sujou o branco
Perdeu-se
Perdeu-me

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Arianos e sua sinceridade, sinceramente!!

Não é sempre que digo. Não é sempre que grito. Não é sempre que falo, não, não é sempre. Aprendi a não dizer. Aprendi a calar. Parece que isso é bom, às vezes.
Agora, hoje, entretanto, quero dizer, vou dizer.
Estive com uma pessoa, ontem, alguém de quem gostei muito, por quem fui apaixonada e agora não sou mais.
Foi algo novo pra mim. Foi algo bom pra mim.
Antes eu o achava fascinante, agora o acho adorável.
Antes a proximidade do seu corpo dava-me calafrios de desejo, agora é aconchegante, como o corpo de todo amigo.
A transformação da paixão em carinho foi muito legal. Meu lindo e adorável amigo.
Agora que não fico cega de paixão, consegui ver como ele é engraçado, divertido, como uma criança, até parece uma grande criança. É suave, calmo.
Paixão tem prazo de validade, acaba. Amizade não, a menos que se esforce muito pra destruí-la.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Eu era um lobisomen juvenil


Parte da música que é parte da maior parte da minha vida. Escrita pelo ariano mais complexo do mundo, Renato. Pra nós dois: pra ele e pra mim. Na verdade devia se chamar: Eu era um ariano juvenil!



Luz e sentido e palavra
Palavra é...que o coração não pensa
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava esperando voar
Mas como chegar até as nuvens
Com os pés no chão...
O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo...O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Estarei aqui...
Não digo nada
Espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou...
Mas se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Estarei aqui...
Ou então não terás jamais

A chave do meu coração...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Não sou deste planeta!


Quando eu estava na terceira série do ensino fundamental, eu recebi o maior elogio já a mim feito. Foi uma mulherzinha tida por todos como professora, que em certa feita disse-me assim:
- Você só vai ficar com dez neste texto porque eu não encontrei de onde você copiou!
Enquanto todos riam de mim e ela satisfeita por achar que havia me humilhado, eu, júbilo. Eu, felicidade.
Porque os elogios vem assim, quando não nos querem dá-los. Pensei na hora do acontecido, que pra aquela idiota, vulgar, burra, imbecil e péssima professora crer que eu havia copiado o meu texto, eu, uma criança, era porque ele estava com muita, muita qualidade e, eu sabia, quem o tinha escrito. A múmia estupida jamais devolveu meu primoroso texto. Sempre dizia que ia trazê-lo. Mas eu fiz muitos outros depois. Era uma vaca, e não era indiana.
Assim, novamente recebi um elogio ontem. Não sei, ainda, o intuito do dito, mas foi um dito assim dito por dito...Foi:
- Você é deste planeta?
Em um mundo onde as pessoas debatem-se pela diferença, por serem únicas. Pintam e furam o corpo nesse intuito, ser considerada diferente por suas atitudes, por seus atos e, ainda, por alguém que não tinha o interesse de te elogiar é absolutamente maravilhoso.
As vezes nos entregam, os outros, facilmente, o que nem em sonhos pensariam em nos dar conscientemente.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

De ti

Promessas auspiciosas fizeram teu corpo a mim
Sensações incandescentes diziam teu calor de ti
E do resto no final o que ficou?
Nem amor, nem dor, nem saudade, nem seu cheiro lembro eu
Mas serviste-me como inspiração pra quatro ou seis versinhos

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Superlativa

Hoje eu acordei, acordei eu.
Acordei secular. Acordei arianíssima. Acordei daníssima.
Já morei em mais de dez casas diferentes. Em três estados. Muitas cidades.
Não tenho uma minha rua. Não tenho um minha casa. Não tenho um meu vizinho preferido. Não tenho móveis de décadas.
Aprendi a levar só sentimentos sinceros.
Aprendi a não me apegar a nada, senão a isso.
Isso não quer dizer que nunca me apegue. Não. Muito pelo contrário. Por vezes me apeguei ao pífio, já amei o fútil. Como diria ele, já cortei um "pano-de-chão de linho nobre e pura seda".
A beleza do meu desapego e da minha força não está em ser sempre assim.
O belo é que caio, como caio, como dói. Mas como levanto rápido. E cada vez mais rápido e cada vez mais forte.
E disseram-me dia desses, numa dessas quedas, que não tinham pena de mim. Foi uma das melhores coisas que já ouvi.
Pena dedicamos a quem julgamos menores.
E não precisa ter pena de mim mesmo. Porque enquanto eu caio e levanto melhor do antes pode ser que alguns nem tenham, ainda, percebido, ao menos, que estão no chão.
Quando eu caio e só pra pegar impulso pra me erguer um pouco mais alto do ponto onde eu estava.
Sem contar que quando levantamos sozinhos é bem mais honrado do que se estivéssemos sido amparados.

Mas eu nunca disse que pretendia agradar a ninguém!

domingo, 11 de janeiro de 2009

O que me importa?

E daí se você não me escuta?
Amanhã não vou querer dizer mais nada mesmo.
Qual a importância do seu desamor, se meu amor passa como uma chuva de verão?
Que falta me faz sua atenção e amizade e seu carinho e compreensão, se daqui a cinco anos nem saberei por onde anda?
Qual o drama afinal?
Tanta importância pra coisas que logo ali não serão nada, além de meras lembranças esmaecidas.
Sou fenix!
Pro inferno com tudo isso!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Onde?

Ando por aí sem destino. Como deve ser seu nome, o do destino?
Voltei a comer miojo.
Tem muitas coisas sobre mim que não falo, não conto. Talvez porque não queira que me conheçam realmente. Talvez porque sejamos todos, um pouco, asssim. Hoje tá muito frio, ranjo os dentes. Mas seria muito mais legal dizer: estou muito feliz e colocar um daqueles emotions idiotas.
Tem dias que os dias são generais. Tem dias que os dias são infindáveis. Tem dias que os dias não deveriam ser dias. Mas noites.
Agora é noite!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Atualizando

Acho mesmo que eu deveria mesmo escrever mais mesmo no meu mesmo blog!
Mas atualizar é expor novidades. Meu problema com novidades é que são muitas, as minhas!
Mal era novidade já é folha caída ao chão.
Tudo tão rápido e ferozmente intenso.
A novidade nesse exato instante é que não tenho novidades que queira dizer.
Tá bom, tem outra: sinto-me feia. Ah, tão feia!
Horrenda. Olhei-me e "Ahhh!!! Que isso?"... Logo mais a noite posso perfeitamente estar como uma ninfa shakesperiana. É disso que tento falar.
Sobre a volatidade das minhas novidades. São tao pueris ao amanhecer e caquéticas à tarde.
Mas isso sou eu: Daniela, a Dani, a flor (detestei ele me chamando de flor o tempo todo), a louca, a intensa e chorona e arianíssima e bobíssima e...ah!
Darei vitamina pras minhas novidades pra que, quem sabe, possam crescer mais. Homericamente!